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Perícia em acidente trânsito

Como saber a que velocidade um carro bate ??? ou capota ??? e se tiver marcas de frenagem no local ??? estou curioso… vi a algumas horas uns policiais fazendo o calculo no local

Respondido por: Prof. Fernando Lang da Silveira - www.if.ufrgs.br/~lang/

Se restam marcas de frenagem  e indícios do local onde a colisão se deu é possível se fazer estimativa para a velocidade com a qual o veículo trafegava antes de iniciar a frenagem.

Pelos danos produzidos em uma colisão é também possível se estimar a velocidade relativa do veículo em relação ao outro ou ao obstáculo. Na verdade tais estimativas são imprecisas, envolvendo erros, mas muitas vezes permitem decidir se o veículo se movia com velocidade acima da velocidade máxima permitida naquela via de trânsito.

Tenho um amigo engenheiro que faz perícias por designação da justiça e uma ocasião o assessorei em um estudo sobre um acidente de trânsito. Naquele caso nos valemos das medidas que haviam sido realizadas sobre as posições onde os veículos pararam e o local da batida, bem como das informações dos fabricantes sobre as massas dos veículos. Foi possível avaliar a velocidade do veiculo responsável pelo acidante já que as marcas de frenagem eram muito curtas,evidenciando que a frenagem quase não aconteceu. Ficou evidente que o veículo causador do acidente trafegava em velocidade bem superior a permitida.

Outra postagem sobre o tema: Reconstituição de acidentes de trânsito: um exemplo.

“Docendo discimus.” (Sêneca)

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Henrique Goulart – Cabe ressaltar que a grande maioria dos acidentes de trânsito tem como causa principal a falha humana, isto é, ocorre por erro, imperícia e/ou imprudência por parte dos condutores.

Em muitos casos, o motorista negligencia fatores como condições da pista, distâncias mínimas requeridas para frenagem, limites de velocidade e uso de equipamentos de segurança, além da ingestão de drogas como o álcool, que diminuem as chances do condutor ter uma condução segura do veículo.

O excesso de velocidade é o fator determinante nos acidentes que resultam em grandes danos materiais, destruição dos veículos e objetos envolvidos, assim como na destruição das pessoas envolvidas.

Os métodos de reconstituição de acidentes utilizados por peritos criminais da área são diversos.

Utilizam-se, principalmente, o teorema de conservação da quantidade de movimento linear para determinação de velocidades logo antes e logo após os impactos e o teorema trabalho-energia mecânica, que relaciona o trabalho de forças, como a de atrito cinético entre os pneus e a pista, com a energia cinética do móvel para a estimativa das velocidades nos instantes de início de frenagem, a partir das marcas deixadas na pista.

Não se utiliza a lei de conservação da energia mecânica nas colisões pelo motivo dela não se conservar em colisões inelásticas, pois a energia mecânica se transforma em outras formas de energia quando os objetos que colidem ficam deformados permanentemente, por exemplo.

Desconheço um bom método preciso que se utilize da quantidade de deformação dos veículos para se determinar as velocidades da colisão entre eles, pois os automóveis são feitos de diferentes materiais, com diferentes coeficientes de deformação.

O melhor que se pode fazer nestes casos é o perito utilizar sua experiência em acidentes para fazer estimativas das velocidades a partir dos estragos.

Quando não se consegue obter dados suficientes a partir dos vestígios encontrados após os acidentes, se utiliza métodos numéricos e se estima uma faixa de valores de velocidades, onde já se consegue perceber se o veículo estava ou não em alta velocidade.

Para o caso de acidentes com colisão em postes de concreto, se utiliza um modelo para a estimativa da velocidade na colisão a partir da destruição e do deslocamento do poste na colisão, a partir de informações dos testes de avaliação de resistência e qualidade que são feitos nos postes antes de serem instalados.

Em alguns casos de atropelamento, utiliza-se a mesma ideia para estimar velocidades a partir do tipo e do grau de destruição do vidro do para-brisa.

Além desses métodos, mais gerais, existem outros para casos mais particulares como, por exemplo, a observação direta da marca que o ponteiro do velocímetro deixa no painel no momento da colisão, podendo indicar o valor da velocidade neste instante, entre outros.

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