Teoria da Relatividade e Relógios
31 de julho, 2014 às 12:12 | Postado em Ondas eletromagnéticas, Relatividade
Respondido por: Prof. Dimiter Hadjimichef - IF-UFRGSBoa tarde. A resposta me parece óbvia, mas preciso confirmá-la…
Em 1971 um vôo teste, com relógios atômicos, provou a teoria de Einstein sobre a “elasticidade” do tempo. Hipoteticamente falando, o mesmo aconteceria com relógios colocados no Sol e na Terra? Ou seja, um relógio colocado no Sol ‘andaria’ mais rápido do que um colocado na Terra? (que circunda o Sol, assim como fez o avião sobre a Terra em 1971)
Obrigado
Na Relatividade Restrita (ou numa situação longe de toda a massa gravitacional), a passagem do tempo é de forma mais lenta em os relógios que estão se movendo em relação a um referencial inercial. Este efeito é descrito precisamente pela chamada transformação de Lorentz. Na presença de um campo gravitacional, como é previsto na Relatividade Geral, a passagem do tempo também é afetada, fazendo com que relógios “andem” mais lentamente quando estão em potenciais gravitacionais mais baixos, como ocorre na proximidade de um planeta, estrela etc.
Em outubro de 1971, Joseph C. Hafele, um físico, e Richard E. Keating, um astrônomo, levou quatro relógios atômicos (de césio) a bordo de aviões comerciais. Voaram duas vezes ao redor do mundo, com o objetivo de comparar os tempos medidos nestes relógios com outros que permaneceram no Observatório Naval dos Estados Unidos. Quando reunidos, as marcações de tempo nos relógios que voaram estavam em desacordo com os relógios estacionários e as diferenças foram consistentes com as previsões da Relatividade Restrita e Geral. Este experimento que testou a Teoria da Relatividade ficou conhecido como “O experimento Hafele-Keating”.
No exemplo proposto, é perguntado “(…) um relógio colocado no Sol ‘andaria’ mais rápido do que um colocado na Terra?”. Neste exemplo,
há dois relógios estacionários, um colocado hipoteticamente na “superfície” do Sol e outro colocado na superfície da Terra.
O Sol é considerado em repouso e a Terra em movimento com a sua habitual velocidade orbital.
Se formos considerar apenas a Relatividade Restrita, é verdade que o relógio colocado no “Sol estacionário” vai andar mais rápido do que o respectivo relógio colocado na Terra.
Agora, o efeito da dilatação do tempo de origem gravitacional implica que relógios localizados em potenciais gravitacionais menores andem mais devagar, como é o caso, no nosso exemplo, do relógio em repouso na superfície do Sol.
Assim neste exemplo, o efeito gravitacional sobre o tempo é maior do que o efeito previsto pela Relatividade Restrita. O que resulta, quando combinado os dois efeitos relativísticos, que o relógio localizado no Sol vai andar mais devagar que o respectivo relógio terrestre.
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