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Expansão do universo e desvio para o vermelho

Olá. A questão é sobre a interpretação da expansão acelerada do universo e o Redshift. Hubble relaciona as distância com o Redshift das galáxias, ou seja, quanto maior é a distância da galáxia, maior o seu redshift e portanto maior é a sua velocidade em relação à Terra. Se quando olhamos para mais longe no universo estamos vendo cada vez mais no passado, a interpretação correta não seria a de que o Universo está desacelerando? Mais longe, mais no passado, maior velocidade. Mais perto, mais tempo depois do Big Bang, mais lento. Não seria isso?

Respondido por: Prof. Fernando Lang da Silveira - www.if.ufrgs.br/~lang/

A resposta é negativa. A presunção de quanto mais longe olharmos, maior será a velocidade de afastamento, independe se a expansão é acelerada, uniforme ou retardada. Ela decorre de um modelo que assume que as diversas partes constituem um sistema originado em uma explosão. A figura abaixo representa um sistema de diversos corpos que se originaram no centro C devido a uma explosão.

explos1

As setinhas indicam as velocidades das diversas partes em relação a um sistema de referência em C. Vamos procurar as velocidades dos diversos corpos em relação ao corpo indicado pela setinha vermelha. Para tanto basta que se adicione a cada velocidade a velocidade representada em vermelho, com seu sentido invertido. A figura abaixo representa tal adição em cada um dos corpos.

explos2

Finalmente, a próxima figura representa a velocidade de cada um dos corpos em relação ao corpo de interesse.

explos3

 A figura mostra claramente que o corpo mais próximo do corpo de interesse apresenta a menor velocidade de afastamento e o corpo mais distante apresenta a maior velocidade.

Portanto, medindo a evolução temporal dessas velocidades relativas se poderia decidir se a expansão subsequente à explosão é acelerada, uniforme ou retardada.

Outras questões envolvendo a expansão e o desvio para o vermelho:

Expansão, idade do universo

Desvio para o vermelho e Lei de Hubble

“Docendo discimus.” (Sêneca)

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Comentário do Prof. Fernando Kokubun (FURG):

Apenas lembrando que no modelo apresentado no CREF a expansão é isotrópica apenas quando vista do centro da expansão.

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