Resistência para chuveiro elétrico com pequena duração!
26 de fevereiro, 2014 às 6:17 | Postado em Eletricidade
Respondido por: Prof. Fernando Lang da Silveira - www.if.ufrgs.br/~lang/Utilizo chuveiros elétricos em minha casa e tenho que trocar as resistências a cada 60 ou 90 dias, às vezes menos tempo ainda. Gostaria de diminuir meus gastos utilizando uma resistência de material que não fosse corroído tão rapidamente. Como posso fazer uma resistência de maior durabilidade? O problema não está na potência e sim na corrosão do material.
Consultei o Prof. Renato Machado de Brito (Escola de Engenharia – UFRGS) que gentilmente enviou a mensagem abaixo.
Uma resposta mais científica diria que em situações extremas de fornecimento de energia a tensão varia muito.
Se olharmos as variações admitidas, definidas na nossa conta de energia elétrica (116 a 136V para uma tensão nominal de 127V), pode-se ver que a potência (que é proporcional ao quadrado da tensão) pode variar enormemente (cerca de 37%).
Normalmente na madrugada a tensão está mais alta e no período diurno de grande consumo, mais baixa. Estas variações podem levar a rompimento prematuro dos resistores por “stress” mecânico.
Outra razão técnica e muito comum para o rompimento é o esvaziamento parcial da câmara de aquecimento de água. Os resistores de chuveiro devem estar sempre imersos em água. Aqueles chuveiros que ficam “pingando” mesmo depois de desligados são os mais suscetíveis ao rompimento do resistor de aquecimento.
Há no entanto razões mais práticas:
– Os chuveiros elétricos mais baratos (tipo ducha Corona) admitem resistores de diversos fabricantes. Todos eles encaixam, porém a qualidade varia tremendamente. Também a potência dos resistores é variável e quase sempre os usuários compram os mais baratos e os de maior potência.
– A presença do Cloro na água favorece a corrosão e a oxidação de contatos. Há muito tempo estes chuveiros já foram tecnicamente condenados, pois o ideal são os que utilizam resistores isolados, onde o condutor de aquecimento não fica em contato direto com a água. Porém o preço que cobram por estes mais sofisticados inibe o uso.
– Nestes chuveiros comuns, quando o usuário gosta de banhos bem quentes e demorados, o fluxo de água não pode ser muito grande. Há então super aquecimento mais frequente e depois de algum tempo de uso, o resistor se rompe. Os pontos onde ocorrem os rompimentos são aqueles em que há mais tensão mecânica, ou mesmo na região dos contatos elétricos que são feitos apenas por pressão com rebites e terminais de latão. O ideal seria fazer uma autópsia” nos resistores rompidos para um diagnóstico mais preciso!
Só a título de curiosidade:
Lembro que lá no prédio da Eletro, aos domingos, a tensão chegava fácil à 137 Volts! Claro, a universidade estava vazia e o centro da cidade também, então a tensão subia, pois não havia queda de tensão na fiação e os transformadores recebem já na entrada tensões muito mais altas do que em regime de trabalho forçado.
Bom, Fernando é o que pude lembrar para esta contribuição.
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Comentários no Facebook
Rosvita Heldt Lampert – Adorei esta matéria! Meu eletricista custa a me acreditar quando falo das diversas tensões que tenho em casa….
Leandrisson Morato – Aqui em casa é muito raro uma resistência queimar, basta antes de instalar estanhar os terminais de contato, de latão, bem estanhado. Pronto! Sempre o rompimento acontece ali! Sds!
Fernando Lang da Silveira- Se o contato não é bom, ali aquece mais por ter resistência elevada em série com uma resistência menor.
Breno Meira – Excelente questão!
Fabio Pra – Troque o chuveiro e compre um com controle eletrônico. Não tem erro. Economia de energia inclusive.
Fernanda Skripski – Top essa dica, professor!
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