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Resistência para chuveiro elétrico com pequena duração!

Utilizo chuveiros elétricos em minha casa e tenho que trocar as resistências a cada 60 ou 90 dias, às vezes menos tempo ainda. Gostaria de diminuir meus gastos utilizando uma resistência de material que não fosse corroído tão rapidamente. Como posso fazer uma resistência de maior durabilidade? O problema não está na potência e sim na corrosão do material.

Respondido por: Prof. Fernando Lang da Silveira - www.if.ufrgs.br/~lang/

Consultei o Prof. Renato Machado de Brito (Escola de Engenharia – UFRGS) que gentilmente enviou a mensagem abaixo.

Uma resposta mais científica diria que em situações extremas de  fornecimento de energia a tensão varia muito.

  Se olharmos as variações admitidas, definidas na nossa conta de energia elétrica (116 a 136V para uma tensão nominal de 127V), pode-se  ver que a potência (que é proporcional ao quadrado da tensão) pode  variar enormemente (cerca de 37%).

  Normalmente na madrugada a tensão está mais alta e no período diurno  de grande consumo, mais baixa. Estas variações podem levar a  rompimento prematuro dos resistores por “stress” mecânico.

  Outra razão técnica e muito comum para o rompimento é o esvaziamento  parcial da câmara de aquecimento de água. Os resistores de chuveiro  devem estar sempre imersos em água. Aqueles chuveiros que ficam  “pingando” mesmo depois de desligados são os mais suscetíveis ao  rompimento do resistor de aquecimento.

  Há no entanto razões mais práticas:

– Os chuveiros elétricos mais baratos (tipo ducha Corona) admitem  resistores de diversos fabricantes. Todos eles encaixam, porém a  qualidade varia tremendamente. Também a potência dos resistores é  variável e quase sempre os usuários compram os mais baratos e os de  maior potência.

  – A presença do Cloro na água favorece a corrosão e a oxidação de contatos.  Há muito tempo estes chuveiros já foram tecnicamente condenados,  pois o ideal são os que utilizam resistores isolados, onde o condutor  de aquecimento não fica em contato direto com a água. Porém o preço  que cobram por estes mais sofisticados inibe o uso.

 – Nestes chuveiros comuns, quando o usuário gosta de banhos bem quentes e demorados, o fluxo de água não pode ser muito grande. Há  então super aquecimento mais frequente e depois de algum tempo de uso,  o resistor se rompe. Os pontos onde ocorrem os rompimentos são aqueles  em que há mais tensão mecânica, ou mesmo na região dos contatos  elétricos que são feitos apenas por pressão com rebites e terminais de  latão. O ideal seria fazer uma autópsia” nos resistores rompidos para  um diagnóstico mais preciso!

  Só a título de curiosidade:

  Lembro que lá no prédio da Eletro, aos domingos, a tensão chegava  fácil à 137 Volts! Claro, a universidade estava vazia e o centro da  cidade também, então a tensão subia, pois não havia queda de tensão na  fiação e os transformadores recebem já na entrada tensões muito mais  altas do que em regime de trabalho forçado.

  Bom, Fernando é o que pude lembrar para esta contribuição.

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Comentários no Facebook

Rosvita Heldt Lampert – Adorei esta matéria! Meu eletricista custa a me acreditar quando falo das diversas tensões que tenho em casa….

Leandrisson Morato – Aqui em casa é muito raro uma resistência queimar, basta antes de instalar estanhar os terminais de contato, de latão, bem estanhado. Pronto! Sempre o rompimento acontece ali! Sds!

Fernando Lang da Silveira- Se o contato não é bom, ali aquece mais por ter resistência elevada em série com uma resistência menor.

Breno Meira – Excelente questão!

Fabio Pra – Troque o chuveiro e compre um com controle eletrônico. Não tem erro. Economia de energia inclusive.

Fernanda Skripski – Top essa dica, professor!

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Comentário por correio eletrônico

Oi Fernando!
Como a vida útil das resistências é aproximadamente constante de 60 a 90 dias então existe mais uma hipótese não citada: o pH da água.
Água com pH baixo (~4) corrói as ligas Ni-Cr e as ligas ferrosas, inclusive o aço inoxidável, a uma taxa constante (~0,5mm/mês).
Já em pH alto (~10) a corrosão das ligas Ni-Cr e aço inoxidável é muito baixa. Uma agulha de costura dura anos nesta solução.
Abraços.
Tarso Kist
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Comentário no Facebook em 02/09/2016
Egídio Campos –  Uma outra fonte possível para esse tipo de problema [já me ocorreu há algumas décadas…] é a seguinte: esse elemento resistivo de imersão, ao apresentar defeito (ser “queimado”) é substituído por um outro de fabricante idôneo, com especificações técnicas corretas, obedientes, inclusive, às prescrições legais setoriais (ANEEL, PRODIST, com suas várias resoluções etc.), OU, doutra sorte, alternativamente, é encomendado à fabricação “mais barata” por parte de alguma empresa, oficina ou técnico (será?) que [é o caso que me ocorreu…] “tem os seus macetes práticos para tal fabricação” ou “confunde os valores de tensão [110 por 127 volts]. Se assim for, o elemento resistivo poderá ser “fabricado para uma tensão inferior à que, de fato, irá ser submetido”. Veja que, no caso citado, 110 por 127 volts, dado que o PRODIST, em seu Modulo 8 (Qualidade da Energia Elétrica Fornecida), admite como valor no intervalo de normalidade, a tensão que se achar de 117 V [mín] a 133 V [máx], [no caso da tensão padrão de distribuição 127 V]. Assim, aquele resistor, incorretamente fabricado para admitir 110 V, poderá ser submetido ATÉ 133 V. Já que a potência elétrica num elemento resistivo [ideal] varia com o QUADRADO da tensão, será o elemento fabricado submetido a 146% de sua potência nominal [na verdade, um pouco menos, dada a “não-linearidade” do resistor].
Resumindo: QUEM FORNECEU OU FABRICOU, obedeceu à correta eletrotécnica e aos ditames legais?

 

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