Por que demônio de Maxwell?
1 de março, 2012 às 19:05 | Postado em História da Ciência, Termologia, termodinâmica
Respondido por: Prof. Fernando Lang da Silveira - www.if.ufrgs.br/~lang/Gostaria de saber o porquê do grande cientista J.C. Maxwell ter denominado de demônio um ser cujos dons promovem a ordem de um sistema. Por que não denominá-lo de anjo, por exemplo, uma vez que aspiramos a organização? Passei dias pensando nisso, mas não consegui decifrar essa charada!
Pergunta originalmente feita em: http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=Akgz0MbhXwiulD5wBLAXdnzJ6gt.;_ylv=3?qid=20080719132544AAV44V6
A palavra demônio neste contexto nada tem a ver com as crenças judaico-cristãs mas com a mitologia grega.
Segundo os antigos gregos um demônio era um ser com qualidades sobrenaturais (não necessariamente malévolas como os judeus e os cristãos acreditam) e com natureza intermediária a dos mortais e dos deuses.
O demônio de Maxwel teria o poder sobrenatural de diminuir a entropia de sistemas físicos; ora um simples mortal parece não poder realizar tal façanha pois, de acordo com a crença de Maxwell e dos físicos em geral, seria então violada a Segunda Lei da Termodinâmica. De qualquer forma demônios são seres mitológicos (mesmo os relacionados às crendices religiosas atuais), assim como fadas, duendes, centauros, faunos, anjos, bruxas e não deveríamos nos preocupar com eles além do mero interesse literário e ficcional.
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Ildeu Moreira – Maxwell não gostou de terem batizado o “ser finito” que introduziu em seu experimento “gedanken” (em 1867), para ilustrar que a Segunda Lei da Termodinâmica tem características estatísticas. O nome de “demônio” para este ser maxwelliano foi dado por William Thomson em 1874. Em carta posterior a Tait (Concerning Demons), Maxwell reclama e propõe: “Call him no more a demon but a valve”…
Alexandre Medeiros – Demônio ou válvula, esse paradoxo infernizou a cabeça de Planck ao fazer sua tese de PhD exatamente sobre a Segunda Lei da Termodinâmica. Para ele, ao menos até os seus quarenta anos, as ideias do Boltzmann eram pura heresia que colocavam em risco o status de sua querida Segunda lei. Depois, em desespero de causa e diante do terrível enigma da radiação de corpo negro ele resolveu provar um pouco da maçã maldita …
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