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Na busca do mundo quântico

Este é um comentário sobre a importância do livro “Na busca do mundo quântico” de autoria do prof. Nathan Willig Lima (IF-UFRGS).

Respondido por: Prof. João Batista Siqueira Harres - FURG

langTodo mundo (ou quase…) que fez o curso de física, seja para ser professor ou bacharel, deve lembrar que mais ou menos no meio do curso bate um horror. Entra em cena a Mecânica Quântica.

É desanimador pois o estudante só chegou até ali depois de sobreviver às físicas “Clássicas” (que vão até o fim do século XIX) estudando novos fenômenos e aprofundando os já estudados, superficialmente, no ensino médio. Além disso essas disciplinas vêm, em geral, “servidas” no contexto do cálculo diferencial e integral. A superação de tudo isso é quase o mesmo que ter sobrevivido ao desembarque da Normandia, na segunda guerra mundial (Eu rodei duas vezes em Cálculo II).

Pois bem, depois deste esforço todo, aí pelo quinto semestre é informado ao cambaleante guerreiro que aquilo tudo que ele aprendeu deve ser desconstruído pois na física “Moderna” (do século XX para cá), que estuda o mundo atômico, quase nada do que ele estudou pode ajudar e até, em alguns casos, atrapalhar.

Vejam só:

(i) A energia não pode ter qualquer valor (por isso nome “quântica” – quantidades fixas);

(ii) o elétron pode, solenemente, desobedecer às leis do eletromagnetismo;

(iii) a luz ´pode se manifestar num momento como uma onda (energia) e noutro como uma partícula, conforme muda a forma de perguntar o que ela é;

(iv) se sabemos bem onde algo está não sabemos para onde ele vai e vice-versa.

Que loucura!!!

E isso, sem falar na relatividade do espaço e do tempo, na qual é possível que dois irmãos gêmeos tenham idades diferentes se um deles for dar uma voltinha espacial super-rápido!! Ademais, tentam te convencer que essa teoria ajuda a entender todo o imbróglio quântico.

E para complicar, todas essas descobertas, ou melhor, essas novas “sacadas” de como o mundo invisível poderia ser, ocorreram em um período de poucos anos na virada do século passado.

Alguns cientistas que haviam proposto algumas dessas novas ideias foram contra a outras delas propostas para outros cientistas contemporâneos. Enfim, uma revolução, como qualificou, o historiador Thomas Kuhn, a qual teria levado à época, à consolidação de um novo paradigma na Física. Reflexão filosófica, aliás, que também foi (e ainda é) debatida.

Pois bem, agora temos algo novo nessa situação. Tal como os físicos de cem anos atrás, parece que temos em mãos uma nova maneira de entender e, por consequência, abordar em aula a Mecânica Quântica. Está disponível o livro do prof. Nathan Willig Lima (UFRGS) que é o resultado de um trabalho de pesquisa profundo e primoroso, que incluiu estudos em locais em que os originais desses cientistas (como Einstein) estão guardados.

Em seu livro “Na busca do mundo quântico” (Libélula, 2024), o autor faz um relato preciso desse período revolucionário, incluindo as dúvidas, os “chutes” e as teimosias daqueles cientistas e como tudo isso chegou ao que temos hoje. Ele apresenta aquele período como tendo sido rico na construção e reconstrução da física, para além (sem desconsiderar) das complicações matemáticas envolvidas. Parabéns Nathan Lima!!!


Um comentário em “Na busca do mundo quântico

  1. Carlos oliveira disse:

    Sensacionaaaal

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