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Aparente contradição sobre potência e consumo de aparelhos condicionadores de ar

Minha família e eu morávamos em um apartamento com um ar condicionado de 9000 BTU. Nos mudamos para uma casa onde apenas utilizamos um aparelho de ar condicionado mais antigo, de 7500 BTU. Nossa conta de luz, porém, aumentou. A sensação que temos é de que o aparelho mais antigo, apesar de menos potente, consome mais energia. No entanto, isso parece uma contradição lógica, dado que potência é energia por unidade de tempo. Gostaria de saber se é possível que um aparelho eletrônico A tenha mais potência que um aparelho B, mas cujo consumo seja menor (à mesma tensão). Com isso, outras perguntas fluem naturalmente: A potência nominal de um aparelho não é a potência real? Se sim, como estimar a potência real, isto é, o consumo real de um aparelho? Em geral, os aparelhos consomem na verdade mais do que o esperado pela potência nominal (e quanto mais)? Essa relação entre potência nominal e potência real é melhor para os aparelhos mais recentes? Parece daí que estimar o consumo real dos aparelhos é menos trivial do que se imagina.

Desde já agradeço pela atenção!

Respondido por: Prof. Fernando Lang da Silveira - www.if.ufrgs.br/~lang/

As informações que dás sobre os aparelhos são insuficientes para decidir sobre o real consumo de energia elétrica pelas razões que seguem.

As especificações de 9000 Btu/h (2640 W) e 7500 Btu/h (2200 W) referem-se à capacidade nominal de refrigeração (cnr) dos aparelhos conforme discutido em mais de uma postagem do CREF, por exemplo, Dúvida recorrente sobre potência de condicionadores de ar e Potência de refrigeração versus potência elétrica do condicionador de ar.

Uma das informações diretamente relacionada ao consumo é a potência elétrica do aparelho, que é cerca de 2 a 4 vezes menor do que a cnr, dependendo do modelo do aparelho. Então pode acontecer que um aparelho com menor cnr do que outro, acabe por demandar uma potência elétrica igual ou até maior. É muito importante para o consumo a informação sobre o coeficiente de eficiência energética (cee) do aparelho. Este é a razão entre a potência de refrigeração pela potência elétrica consumida e deve constar também nas informações técnicas do aparelho, podendo ser encontrada em documentos do INMETRO, por exemplo, Etiqueta nacional de conservação de energia. O Selo Procel de Economia de Energia que acompanha o aparelho é muito importante quando deseja-se saber sobre o possível consumo energético.

Adicionalmente, o real consumo de energia depende também de outros fatores desconhecidos no caso específico, como a temperatura selecionada pelo usuário no termostato e as cargas térmicas no ambiente a ser refrigerado. Vide especificamente Sobre a temperatura ideal de ajuste para o condicionador de ar.

“Docendo discimus.” (Sêneca)


2 comentários em “Aparente contradição sobre potência e consumo de aparelhos condicionadores de ar

  1. Guilherme disse:

    Com o alto preço da energia elétrica que temos, dependendo do uso que se faz do aparelho de ar condicionado, o custo com a energia consumida supera o valor de compra do aparelho em poucos anos. Assim, geralmente vale muito a pena gastar mais para comprar um aparelho mais eficiente, preferencialmente com a tecnologia inverter, investimento que terá retorno em pouco tempo.

  2. nelson disse:

    A eficiência pode ser conseguida com tecnologias mais aprimoradas, mas uma casa pode ser diferente de paramentos em diversos fatores como, paredes externas, forro não isolantes, Telhado, tamanho de janelas, etc.
    Por isso para medir e dimensionar um equipamento, precisa ter essas informações em mãos.
    O gasto pode ser devido à relação funcionamento/pausas, a evaporadora (parte interna) gira sempre, mas o compressor da condensadora só quando atinge a temperatura máxima escolhida. No caso dos sistemas inverter, o motor tem velocidade variável e não precisa desligar apenas diminuir.

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