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A que se deve a atração entre discos HD?

Boa tarde.

Porque os discos do HD ficam grudados, digo sei de sua composição, porém não são atraídos por imã, eles deslizam entre si e se faz necessário uma pequena força para separar.

Respondido por: Prof. Mario Norberto Baibich - IF-UFRGS

Os campos magnéticos só atraem a curtas distâncias para pequenas intensidades, como é o caso dos ímãs de geladeira (aglomerado de grãos de óxidos magnéticos). Se trocares isso por ímãs de “alta densidade”, como os de SmCo ou NdFeB, as distâncias são bem maiores… para eletroímãs como os usados para ressonância magnética em hospitais, cadeiras com estrutura em aço, soltas a alguns metros do aparelho podem ir parar no dito!
No caso dos discos rígidos, todo o trabalho é fazer com que a informação esteja confinada em regiões de alguns µm de diâmetro (ou até menos), fechando o circuito magnético no próprio disco para permitir maior densidade de gravação. Por isso, ao colocar outro disco em contato com o primeiro, é muito difícil que a interação disco-disco seja mais intensa que a interna a cada “bit”. Como, além disso, temos uma distribuição mais ou menos aleatória das regiões magnetizadas, a interação entre os discos fica minimizada e a força maior é a proveniente do contato íntimo.
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Comentário de Fernando Lang da Silveira:

O respondente desta questão, o nosso querido colega professor Mario N. Baibich , (meu contemporâneo de graduação) foi o primeiro autor do artigo agraciado com Prêmio Nobel de 2007 (vide abaixo a referência do artigo). Mario estava trabalhando com Albert Fert (ganhador do prêmio), na França, em 1988, quando foi realizado o experimento que demonstrou a existência de um fenômeno chamado magnetorresistência gigante, que depois viria a revolucionar a eletrônica e os sistemas de memória rígida dos computadores.

Nós, colegas e amigos do Mario, sempre pensamos que ele poderia com justiça ter ganho o Nobel.

M. N. Baibich , J. M. Broto, A. Fert, F. Nguyen Van Dau, F. Petroff, P. Eitenne, G. Creuzet, A. Friederich, and J. Chazelas (1988). «Giant Magnetoresistance of (001)Fe/(001)Cr Magnetic Superlattices». Physical Review Letters. 61 (21): 2472 – 2475. doi:10.1103/PhysRevLett.61.2472


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