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Se o movimento perpétuo é dito como impossível, como explicar o movimento “eterno” dos corpos celestes?

Se o movimento perpétuo é dito como impossível, como explicar o movimento “eterno” dos corpos celestes? Não poderíamos criar uma máquina com esse mesmo princípio utilizando outra força (como a eletromagnética)? Há algum erro lógico ou fisicamente explicável? (pois eu não o vejo) Dê sua opinião e/ou explique.

Pergunta originalmente feita em: http://br.answers.yahoo.com/question/

Respondido por: Prof. Fernando Lang da Silveira - www.if.ufrgs.br/~lang/

O movimento “eterno” dos corpos celestes não dissipa energia mecânica. Movimentos que conservem a energia mecânica não estão proibidos pela Lei de Conservação da Energia. A Primeira Lei de Newton tem como pressuposto o “movimento eterno”.

Os motos perpétuos, isto é, sistemas, máquinas que dissipam energia mecânica e não recebem qualquer outra forma de energia para suprir essa perda, é que são impossíveis. Nota que os satélites artificiais, por exemplo, os satélites usados em telecomunicações estão em “eterno” movimento em torno da Terra, assim como a Lua. De maneira alguma tais artefatos violam o enunciado que diz “é proibida existência de um moto perpétuo que dissipe alguma forma de energia e não tenha essa energia suprida por alguma fonte”.

O termo moto perpétuo precisa ser melhor esclarecido. Não é apenas uma máquina que fica funcionando indefinidamente. É um dispositivo que realiza trabalho sobre o entorno sem que nada se modifique no universo. Isto viola a Primeira Lei da Termodinâmica ou o Princípio da Conservação da Energia e constitui o que se chama de “Moto perpétuo de primeira espécie”.

Uma referência imperdível sobre máquinas impossíveis, motos perpétuos é ~dsimanek/museum/unwork .

“Docendo discimus”

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25 comentários em “Se o movimento perpétuo é dito como impossível, como explicar o movimento “eterno” dos corpos celestes?

  1. Emerson Tadeu disse:

    O termo moto perpétuo é ruim para descrever o princípio de conservação de energia. Movimento (moto) perpétuo é exatamente o que todos os corpos celestes fazem em relação à nós, por exemplo.
    A partir do momento em que se entende que se refere a um sistema/máquina que nunca para mas que dissipa ou gasta energia e que não é reabastecido de fora desse sistema.
    Mas esta lei é valida baseando-se naquilo que conhecemos hoje, assim como antes do avião a regra era que a gravidade em outra tudo em direção ao centro do planeta e todos se confirmavam até que algum dia pensou-se em adicionar o conceito de empuxo gerado por asas e pimba.

  2. Ricardo K. disse:

    O que eu não entendo é como não pode existir um moto perpétuo feito com imãs. Dá para criar tantas combinações com imãs de tamanhos e formatos diferentes, inclusive colando 2 imãs de tamanhos diferentes unidos pelo mesmo pólo, o que cria inúmeras combinações de Campos magnéticos. Não é possível que não se possa organizar vários desses conjuntos de modo a criar aceleração. Algum especialista poderia me explicar?

  3. Ricardo disse:

    Entendi o que vc escreveu, não existe almoço grátis. Nesse caso, quando um ímã atrai outro ímã, fazendo-o se mexer até ambos grudarem, qual a transformação de energia ? Se for energia eletromagnética em energia cinética, a primeira deixou de existir? Creio que não pois o ímã continua funcionando, a ponto de atrair outros objetos. Isso que não entendo.

    • Fernando Lang disse:

      A energia magnética do sistema diminui quando os dois ímãs se aproximam da mesma forma que diminui a energia potencial do sistema pedra-Terra quando a pedra cai. A atração ou repulsão somente envolve transformação de energia quando a distância entre os ímãs se alteram. Atrair ou repelir estaticamente não envolve modificações na energia.

  4. Ricardo disse:

    Prof Lang, não precisa responder essa mensagem, sei que já está de saco cheio dos inventores de moto perpétuo, mas imaginei o seguinte sistema, que já sei que não vai funcionar: um relógio com 12 ponteiros, e na ponta de cada um tem um ímã, que sempre repelirá o próximo ímã. Esse sistema de ponteiros é construído de modo que não gira para a esquerda, somente para a direita. Ou seja, um repele o outro, que repele o outro até chegar no primeiro. Onde está a falha do meu raciocínio? Obrigado a quem responder.

  5. Ricardo disse:

    Agradeço ao prof. Lang pelas respostas

  6. Orioston dantas disse:

    O caso e que os cientistas modernos atuais ..nao querem readimiti que se e possivel sim ser costruido um moto perpetuo sim com imas .pos se assim for muitas industrias de veiculos e outros meios como combustivel fosses…ou a todos a basse de combustao ..e simplismente comercial ..assim como o natal e ano novo e carnaval …..e tudo comercio

  7. VALTER DE ANDRADE MARTUSCELLI disse:

    Gostaria de saber se alguém viu um anúncio de um suposto moto perpétuo sendo vendido na Internet. O aparato consiste em um funil de madeira que desemboca em uma guia em rampa curvelínea, por onde desce uma esfera de aço que cai nesse funil e isso se repete. A esfera cai por gravidade. Como o peso da esfera
    é constante, a força da gravidade é constante, a trajetória da esfera é a mesma e todos os parâmetros são constantes, acho que esse aparato poderá se manter em movimento, pelo menos por algum tempo. Será possível considerar esse aparato como um moto perpétuo? Alguém pode me responder?

    • Fernando Lang disse:

      Se é o mesmo que eu vi há um acelerador eletromagnético oculto na placa horizontal sobre a qual o trilho ou guia está preso. É um brinquedo instigante mas não é um moto perpétuo e nem poderia ser pois motos perpétuos são ficções.

    • Yuky Marques disse:

      Já foi comparado que esse aparato tem um motor no buraco onde a esfera passa e assim com a rotação ele impulsiona a esfera descer o túnel com velocidade suficiente para seguir a trajetória, ou seja: não passa de uma ilusão de ótica. Não é possível o movimento perpétuo pelo simples fato da dissipação de energia.
      Eu já fazia experimentos assim na minha infância com um dinamômetro.

  8. Amanda disse:

    O que é o movimento eterno

  9. Geraldo Paiva Soares disse:

    Ao Prof. Fernando Lang (Gostaria de saber sua opinião à respeito)
    Algum tempo atrás, imaginei o seguinte sistema: Um motor, ligado numa rede elétrica, movimentando um gerador de energia e uma chave que ao mesmo tempo que desligaria o motor da rede elétrica, ligaria os fios do gerador à alimentação do motor. Pensava que fosse possível gerar um movimento perpétuo, afinal os motores elétricos tendem a continuar girando por algum tempo quando são desligados, mas depois de raciocinar um pouco percebi que isto seria impossível, pois o motor consumirá toda energia que for gerada e enquanto gira, gera calor e a energia acabará sendo dissipada, ou seja, ainda que o sistema funcionasse por algum tempo a energia irá se esgotando aos poucos até a parada completa do sistema.

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