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É possível determinarmos o sinal da carga elétrica de um corpo sem que saibamos o sinal da carga de outro corpo?

Olá! É possível determinarmos o sinal da carga elétrica de um corpo sem que saibamos o sinal da carga de outro corpo?

Como poderia ter sido realizada a primeira determinação?

Respondido por: Prof. Fernando Lang da Silveira - www.if.ufrgs.br/~lang/

Na Eletrostática determinamos o sinal da carga em um objeto carregado comparando-a com outra carga. No vídeo Demonstrações de Eletrostática denomino arbitrariamente, aos 6min20s, de carga BRANCA o excedente de carga no bastão de acrílico após ser atritado com papel. O excedente de carga ocorrida no bastão de PVC preto atritado com papel batizo com o nome de carga PRETA. Os nomes diferentes decorrem do fato, demonstrado a partir de 5min00s no vídeo, que o PVC e o acrílico atritados manifestam repulsão e atração sobre um balão previamente atritado com papel.

No restante do vídeo, onde eu demonstro uma série de fenômenos eletrostáticos, continuo propositalmente com a nomenclatura de carga BRANCA ou PRETA.

Historicamente os dois tipos de carga foram batizados com os nomes de carga RESINOSA e VíTREA por Du Fay por volta de 1730. Mais detalhes sobre os trabalhos de Du Fay são encontrados em Os conceitos de eletricidade vítrea e eletricidade resinosa segundo Du Fay. Esta nomenclatura decorreu de tais cargas serem observadas em objetos de resina e de vidro atritados.

Posteriormente estes dois tipos de carga foram denominados de carga NEGATIVA (resinosa) e carga POSITIVA (vítrea).

É importante perceber que há uma arbitrariedade inicial em denominar os dois tipos de carga com nomes diferentes mas que após a nomenclatura ser estabelecida para as cargas observadas nos objetos de referência, determinamos as cargas em outros objetos comparando-as com as referências.

Recomendo especialmente o livro (gratuito) do Prof. André K. Assis, Os Fundamentos Experimentais e Históricos da Eletricidade, onde se pode encontrar muitos experimentos simples, factíveis de serem realizados com materiais fácilmente encontrados. O Prof. Assis mostra também como construir uma série triboelétrica determinando os tipos de cargas nos materiais da série.

Atualmente existem meios de se determinar o sinal da carga em objetos eletrizados que não mais apelam para a comparação direta com a carga de outro objeto, dependendo de efeitos que podem ser detectados, por exemplo, com sensores de campo elétrico.

“Docendo discimus.” (Sêneca)

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Comentários no Facebook

Renato Brito Bastos Neto – Fernando, é possivel ? como seria ?

Fernando Lang da Silveira – Meu colega do IF-UFRGS, Prof. Renato Francke, na disciplina de Eletrônica costuma ensinar seus alunos a montar um circuito, usando MOSFET, que reconhece o tipo de carga em objetos eletrizados.

Fernando Lang da Silveira – Outra possibilidade, esta já antiga, envolve o tubinho de neon de chaves teste, O eletrodo que se ilumina no tubinho é o eletrodo negativo. https://www.youtube.com/watch?v=dJ5PwhyFnbE

Fernando Lang da Silveira – O vídeo acima, de um meu orientado, Prof. Eloir De Carli,, demonstra como realizar a testagem com o tubinho de neon. A teoria subjacente a este teste é a teoria sobre descargas elétricas em gases, hoje omitida em muitos bons livros de ensino médio e superior mas presente em antigos livros da década de 60. A região iluminada em um curto tubo de neon sempre está próxima do eletrodo negativo, um pouco além da região escura de Ashton.

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